Fran Nascimento tem MBA em Finanças pelo Insper e mais de 25 anos de experiência no mercado financeiro. Saiba mais aqui.
A diretora de Investimentos da Prevcom, Fran Nascimento, traça o panorama de como os mercados se comportaram em junho de 2022.
Ao longo do mês de junho, o mercado sofreu com a alta volatilidade nas principais bolsas e uma escalada de juros global, influenciado principalmente pelo temor de que o Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, precise elevar os juros rapidamente para conter a inflação norte-americana e que esse aperto monetário muito forte acabe desencadeando uma recessão no país e contaminando toda a economia global.
• Nos EUA, o FED acelerou o ritmo do aumento de juros e aumentou a taxa em 0,75. Os juros passam a oscilar entre 1.50% e 1.75% ao ano;
• O Banco Central Europeu deve iniciar o ciclo de alta de juros básicos em 0,25 na próxima reunião de 21 de julho e deve seguir aumentando na próxima reunião em setembro, para conter a inflação que atualmente atinge níveis recordes.
No Brasil, o Banco Central elevou a taxa Selic em 0,50, passando para 13,25% ao ano. A alta deve continuar em função da preocupação com inflação, aprovação da PEC que eleva programas de auxílios sociais já existentes, além de criar outros benefícios, ampliando significativamente os gastos públicos e crescente deterioração do ambiente externo, com revisões negativas de crescimento global e persistentes pressões inflacionárias.
O dólar fechou o mês de junho a R$5,23 com +10,15%, a maior alta desde março de 2020, quando o mercado financeiro sentiu os primeiros impactos causados pela pandemia.
A Bolsa Brasileira operou durante todo o mês em alta volatilidade e fechou junho em queda de -11,5%, 98.542 pontos, acumulando uma perda no ano de 5,9%.
A inflação de junho representada pelo índice IPCA ficou em 0,67%, acumulando 5,48% no ano. Esse resultado foi puxado principalmente pelo preço de alimentos, bebidas, vestuário e planos de saúde.
O cenário de incertezas, somado à tendência de continuidade do aumento nas taxas de juros, inflação persistente e aproximação das eleições, segue influenciando os investidores a serem mais cautelosos e a optarem por maior concentração em títulos do tesouro ou outros produtos financeiros indexados à Selic/CDI.
Oportunidade:
> Bom retorno real para estratégias pós-fixadas, considerando Selic elevada;
> Crescimento de emissão de papeis de bancos e empresas indexados a CDI+ taxa de juros.